Quando estamos sofrendo, buscamos um ambiente seguro para maturar e compartilhar pensamentos e sentimentos mais profundos, sem qualquer tipo de julgamento.
Necessitamos de um vínculo com alguém confiável e competente que nos ajude a atravessar a crise.
Para realizar mudanças na forma de lidar com o passado e as dificuldades (sintomas, sofrimentos, angústias) que enfrentamos no presente, o insight, (associar o sofrimento à provável causa), apenas, não é suficiente. Também imaginar objetivos não funciona por si só.
Para uma transformação dos padrões comportamentais e diminuição dos sintomas é necessário uma exploração mais profunda do seu processo pessoal.
Quando alguém busca psicoterapia, geralmente, o faz por sentir algum desconforto emocional, tais como depressão, ansiedade, medo, crise de pânico, comportamentos excessivos ou deficitários relacionados à alimentação, sono, concentração, memória, sexualidade e todo impacto que os sintomas causam em seus relacionamentos.
Desde que me graduei em psicologia sempre atuei na área clínica, cuidando de pessoas em seus momentos mais desafiadores e tristes. A sensação de desamparo por não saber o que está acontecendo e de impotência por não saber reverter tal situação, acentuam ainda mais os sintomas.
As metodologias que utilizo englobam a história genética, social e pessoal, além das imagens internas, a forma corporal, a motilidade das expressões, os sentimentos gerados e a forma de pensar. O foco não está no “porque”, mas em “como” aquele indivíduo se move em direção ao mundo, “como” se relaciona consigo mesmo, “como” são suas sensações e reações diante dos fatos da vida, e “como” organiza-se ou desorganiza-se para lidar com os acontecimentos.
Através da psicoterapia, podemos mapear o modo como uma pessoa organiza sua forma de existência, podendo levá-la a desorganizar o que não é mais relevante e a se reorganizar de forma a gerar novas experiências que façam mais sentido no presente, sem acessar repetidamente os traumas do passado (depressão) e não mais sentir-se inseguro ao pensar no futuro (ansiedade).
Ao longo da vida, necessitamos desenvolver comportamentos e amadurecer novas concepções. Os sintomas psicossomáticos sinalizam que a forma como estamos pensando e vivendo não estão dando conta da demanda da vida.
Desta forma, o sintoma é a expressão visível de um processo invisível, que deseja interromper o nosso caminho por meio de um sinal de advertência, indicando que alguma coisa não está em ordem e que será necessária a expansão da consciência. Ao invés de resistir, podemos ouvir e ver o que a doença tem para nos dizer.
A Psicologia Formativa tem como base filosófica a fenomenologia e sua visão do ser humano está calcada na realidade dos processos biológicos e na inseparabilidade entre vida subjetiva e vida somática. A teoria formativa vincula o processo biológico ao processo subjetivo-existencial humano, estabelecendo
um campo de conhecimento onde a subjetividade e o processo corporal são vistos como um contínuo de uma mesma realidade.
A Psicologia Formativa é uma abordagem evolutiva que trata o corpo humano como uma jornada de crescimento e amadurecimento, um processo subjetivo vivo movendo-se continuamente na direção de formar a si mesmo, crescer e amadurecer. A maneira pela qual recebemos ou resistimos às transições de forma ao longo da vida, afeta a organização da nossa adultez e molda nossa capacidade de
aprofundar e amadurecer.
.
