Prazer em se conhecer

Drª Salete Cortez responde as questões sobre sexualidades e relacionamentos para jornais e revistas do estado de São Paulo.

É muito comum a mulher ter como posição sexual favorita uma diferente da do parceiro. O homem tem uma anatomia que favorece a penetração enquanto que a maioria das mulheres precisa da fricção do clitóris para chegar ao orgasmo. O que chama a atenção na sua pergunta é a forma como vivenciam as diferenças. Muitos casais não se sentem à vontade falando sobre assuntos íntimos, especialmente quando envolvem gostos ou preferências depois de estarem juntos por algum tempo. Conversar sobre isso em algum outro momento quando não estiverem transando é o ideal. Pode deixar explícito que você acha interessantes também outras posições, principalmente a que mais gosta, e que gostaria de alternar mais vezes. Tanto no sexo como no dia a dia, o casal terá a mesma forma de funcionar. Você já parou pra pensar se tem espaço para dar sua opinião em outras áreas da vida de vocês? Um relacionamento só é bom quando os dois têm direito à voz. Numa relação sexual também é imprescindível que haja espaço para que os dois desfrutem do que mais gostem, e não precisa ser ao mesmo tempo necessariamente, mas que no final ambos tenham sentido prazer e satisfação por um encontro tão gostoso.
A maioria dos homens, se não quase todos, tem muito desejo em praticar sexo anal, enquanto uma boa parte das mulheres rejeita tal ideia (isso tem mudado aos poucos). E por que esse desejo é tão grande? Uns dizem que sentem mais prazer por ser o ânus mais apertado que a vagina, outros já apontam que por ser menos liberado pela mulher é que o torna mais excitante. Mas todos concordam que é sensacional saber que a parceira está fazendo algo só para agradá-los. E não é machismo não, nem ideia de que mulheres são submissas, mas sim aquela sensação de quem tem alguém que faria qualquer coisa por você, até sentir dor para te ver feliz. E, por incrível que pareça, as mulheres aceitam o sexo anal exatamente por causa disso, para ver o parceiro satisfeito. Acho fundamental para uma vida sexual interessante que o casal converse sobre sexo. Muitas vezes, o que estava funcionando até aquele momento, agora já não funciona mais! Não há vergonha em expressar isso. Principalmente num casamento, as fantasias e os desejos devem ser compartilhados e realizados na medida em que for bom para ambos. Conversar sem tabus e preconceitos é importante para manter a sintonia de uma vida sexual prazerosa e essencial para o amor.
A mulher geralmente faz sexo anal para dar prazer ao parceiro. Por saber que é uma posição sexual muito desejada pelos homens, ela se esforça no sentido de aprender a fazer sem dor. Para algumas é prazeroso, mas dói, às vezes sangra e é até constrangedor, dependendo da situação, mas para outras não dói tanto e conseguem achar delicioso satisfazer o parceiro. Por isso, toda vez que alguém me pergunta sobre o assunto, eu respondo: aprenda mais antes de tentar! Um dos segredos é que a mulher precisa estar relaxada e ter confiança no homem. No momento da penetração deve estar excitada e bem engajada no ato. Também é importante usar um lubrificante à base de água. E, finalmente, confiar que ele faça a penetração lentamente e com pausas para que possa relaxar. Mas se você não deseja fazer, isso é um direito e nem por isso o sexo será menos prazeroso.
A primeira pergunta que deve se fazer é o que te motiva a pensar nessa proposta. Saiba que abrir a relação não salva namoro ou casamento. Pode ser que somente adie o final. Outro engano comum é aceitar abrir o relacionamento a pedido do (a) parceiro (a) para não perdê-lo (a). Um relacionamento aberto acontece quando ambos concordam em incluir relações sexuais ou românticas com outros parceiros. É uma quebra do contrato convencional de monogamia que libera o casal para ter relações paralelas sem, contudo, ser considerado traição. Quando a motivação é frágil, certamente provocará mágoas e decepções. Para colocar em prática, primeiro precisam ter certeza de que ambos entendem relacionamento aberto da mesma forma. É fundamental ouvir e falar detalhadamente e com transparência. A mudança precisa estar bem clara para ambos. Isso envolve definir as pessoas que serão permitidas ou vetadas (amigos, parentes, ex-namorados), os dias da semana que não serão exclusivamente um do outro, os locais, épocas do ano (férias, festas), se será permitido somente sexo ou também romance, enfim, todos os detalhes devem estar tratados para que mágoas e decepções sejam evitadas. Qual modelo, afinal, é o melhor? Tanto a monogamia como a relação aberta permitem condições para uma boa convivência dos parceiros, mas também tem seus próprios desafios. O imprescindível, em qualquer formato, é que haja confiança, diálogo e muita alegria por estarem juntos.
A maioria dos homens, se não quase todos, tem muito desejo em praticar sexo anal, enquanto uma boa parte das mulheres rejeita tal ideia (isso tem mudado aos poucos). E por que esse desejo é tão grande? Uns dizem que sentem mais prazer por ser o ânus mais apertado que a vagina, outros já apontam que por ser menos liberado pela mulher é que o torna mais excitante. Mas todos concordam que é sensacional saber que a parceira está fazendo algo só para agradá-los. E não é machismo não, nem ideia de que mulheres são submissas, mas sim aquela sensação de quem tem alguém que faria qualquer coisa por você, até sentir dor para te ver feliz. E, por incrível que pareça, as mulheres aceitam o sexo anal exatamente por causa disso, para ver o parceiro satisfeito. Acho fundamental para uma vida sexual interessante que o casal converse sobre sexo. Muitas vezes, o que estava funcionando até aquele momento, agora já não funciona mais! Não há vergonha em expressar isso. Principalmente num casamento, as fantasias e os desejos devem ser compartilhados e realizados na medida em que for bom para ambos. Conversar sem tabus e preconceitos é importante para manter a sintonia de uma vida sexual prazerosa e essencial para o amor.
Embora seja muito incomum, tratando-se de preferências sexuais, não vejo nada de anormal nisso. Há algumas variáveis que podem ser consideradas. Pode ser que não receba uma estimulação adequada pela (o) parceira (o) atual, também a inibição é limitante ou até mesmo memórias negativas associadas ao ato. Mas a experiência geralmente promove grande aprendizado sobre as posições que mais o excita a si mesmo e ao parceiro e, principalmente, que a relação sexual será mais prazerosa quando há a entrega para as sensações sem inibições ou preocupações. Converse com seu parceiro para entender o que está realmente acontecendo.